O que é uma Punção Aspirativa por Agulha Fina (PAAF) guiada por Ultrassonografia?
A punção aspirativa por agulha fina (PAAF) é uma espécie de biópsia, ou seja, um procedimento de coleta de uma amostra de material de uma lesão-alvo. Neste procedimento, coletamos microfragmentos do interior de um nódulo, de uma forma pouco traumática, já que utilizamos agulhas muito finas, suficientes para aspiração de algumas gotículas de sangue.
Todo nódulo de tireóide precisa ser puncionado?
Achados no ultrassom de rotina são fundamentais na classificação do grau de suspeição para um tumor maligno tireoidiano e, portanto, na decisão sobre o prosseguimento da investigação. Apenas uma parcela dos casos necessitará de uma investigação complementar com uma punção aspirativa por agulha fina, PAAF de tireóide.
Como é realizada a punção?
O procedimento deve ser rápido e pouco incômodo, sendo feito sob anestesia local. Com auxílio da ultrassonografia, posicionamos uma agulha muito fina no interior do nódulo de forma muito precisa, permitindo a coleta de microfragmentos teciduais, que serão posteriormente avaliados por um médico patologista ao microscópio.
Apesar da maior difusão e banalização das punções de tireoide, este é um dos procedimentos que exigem maior cuidado, delicadeza e conhecimento técnico do médico executante, a fim de proporcionar uma experiência mais tranquila ao paciente e, claro, elucidar o diagnóstico.
Preparo para PAAF de tireóide
A punção de tireoide não exige nenhum preparo especial por parte do paciente. Por ser um procedimento pouco traumático e feito sob anestesia local, não exige jejum e nem interrupção prévia de nenhuma medicação, incluindo anticoagulantes e antiagregantes plaquetários.
Em uma entrevista minuciosa pré-procedimento, algumas informações médicas serão abordadas, como medicações em uso, comorbidades e alergias, para que todos os cuidados possam ser tomados.
Quanto tempo demora para sair o resultado de uma PAAF?
Isso depende do fluxo de análise de cada serviço, seja de clínica ou hospitalar, podendo variar de 5 à 15 dias úteis.
Em nossa clínica, o tempo médio para sair o resultado de uma PAAF de tireóide é de três dias úteis.
Outras perguntas frequentes sobre Punção de Tireoide:
O que significa exame PAAF de tireoide?
Significa Punção Aspirativa por Agulha Fina, procedimento no qual ao puncionar um nódulo, aspira-se através de seringa armada com uma agulha, material semelhante a uma gotícula de sangue.
Quando é necessário fazer a punção de tireoide?
Uma das ferramentas mais utilizadas na atualidade para orientar a necessidade de punção de um nódulo tireoidiano é a classificação ACR-TIRADS. Nesta classificação, baseada em achados ultrassonográficos, existem 5 categorias de nódulos (1-5), cujo grau de suspeição para malignidade aumenta de forma crescente. Para cada categoria de nódulo aconselha-se a punção a partir de um determinado tamanho, de tal forma, que a indicação então, é uma combinação de características e dimensões.
Recomendação de acordo com o American College of Radiology (ACR):
TI-RADS 1 (nódulo benigno): sem necessidade de PAAF.
TI-RADS 2 (nódulo não suspeito): sem necessidade de PAAF.
TI-RADS 3 (nódulo levemente suspeito): PAAF se o nódulo for maior ou igual a 2,5 cm.
TI-RADS 4 (nódulo moderadamente suspeito): PAAF se o nódulo for maior ou igual a 1,5 cm.
TI-RADS 5 (nódulo altamente suspeito): PAAF se o nódulo for maior ou igual a 1,0 cm (considerar PAAF se o nódulo for maior ou igual a 0,5 cm).
Além do registro momentâneo dos achados de imagem do nódulo, a evolução das características ao longo do tempo é um fator muito importante. Por isso, o armazenamento de laudos e imagens de exames anteriores e a sua comparação com estudos mais recentes é tão importante, já que a mudança de características ou a estabilidade das mesmas podem indicar ou dispensar um procedimento.
É perigoso fazer punção de tireoide?
A PAAF de nódulos tireodianos, quando realizada por um profissional qualificado e com os recursos adequados, é um procedimento extremamente seguro, com baixa morbidade e baixas taxas de complicações.
A punção de tireoide é dolorosa?
Todos os nossos procedimentos são feitos sob anestesia local, a fim de proporcionar a menor experiência dolorosa possível.
Como é anestesia da punção de tireóide?
Existem dois tipos de anestesia possíveis e geralmente combinadas para uma melhor experiência do paciente:
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uso de pomada anestésica preparatória aplicada sobre a pele
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anestesia local com uma agulha bem fina para anestesiar todos os planos profundos até a superfície da tireoide
O que fazer depois de punção de tireoide?
Por ser um procedimento minimamente invasivo e pouco traumático, o procedimento geralmente não exige repouso ou cuidados especiais. A dor após o fim do efeito anestésico local geralmente é leve e bem tolerada, habitualmente não exigindo uso de medicações analgésicas.
Quais são os cuidados pós-punção de tireoide?
Não existe nenhuma recomendação especial após a punção de tireoide. Geralmente a experiência álgica é bem tolerada, recomendando-se uso de analgésico simples apenas em caso de desconforto, que são a minoria dos casos.
Não há recomendação estrita de repouso ou cuidados locais após a punção de tireoide.
Quais são os principais sintomas após uma punção de tireóide?
Os sintomas mais comuns após a PAAF de tireóide são desconforto no local puncionado e pequena equimose (mínimo hematoma) na região manipulada.
Quando repetir uma PAAF de tireoide?
Existem algumas situações possíveis para a repetirmos uma PAAF de nódulo de tireoide:
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Diante de um resultado citológico indeterminado (Bethesda III), preconiza-se repetir a punção após 2 meses da primeira intervenção
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Diante de coleta de material insuficiente na primeira punção (Bethesda I). Apesar de rara, essa situação pode ocorrer uma vez que a olho nú, não conseguimos identificar se naquela amostra coletada existem células suficientes para as análises necessárias.
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Diante de um resultado discordante do esperado para aquela lesão investigada. A avaliação ultrassonográfica minuciosa prévia a punção é de fundamental importância, pois permite criarmos hipóteses mais prováveis para aquele nódulo, de tal forma que podemos confrontar essas hipóteses com os resultados da análise citológica do material obtido, e determinarmos se há coerência ou não. Por exemplo: caso um nódulo seja muito suspeito para malignidade e se, no entanto, o resultado não comprova essa suspeita, devemos interpretar se há coerência e eventualmente repetir o procedimento, uma vez que a coleta possa ter falhado em amostrar o que procurávamos comprovar.
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Diante de mudanças de características ou eventualmente dimensões de um nódulo já puncionado no passado, mas cujas transformações ao longo do tempo nos apontem alguma suspeita para malignidade.